Transtorno do Pânico

A maioria dos casos começa durante uma atividade corriqueira, inesperadamente. Com o passar do tempo as crises passam a se repetir cada vez com mais frequência, ninguém consegue diagnosticar nada, o que muitas vezes faz com que a pessoa pense que está enlouquecendo ou perdendo a razão. Muitos começam a ter problemas de relacionamento, perdem o emprego e se afastam dos amigos e da família. Essa situação pode durar anos até conseguir um diagnóstico correto e um tratamento adequado.

O transtorno do pânico faz parte dos transtornos de ansiedade e caracteriza-se por crises súbitas normalmente incapacitantes, sem fatores desencadeantes aparentes. Depois de ter uma crise de pânico a pessoa pode desenvolver fobias destas situações e começam a evitar atividades que consideram “perigosas”, tornando-se um círculo vicioso.

Os sintomas são como uma preparação do corpo para algo “terrível”. A reação natural é acionar os mecanismos de fuga e defesa. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir – em detrimento de outras partes do corpo.

Um ataque de pânico pode durar de alguns minutos a horas e pode variar em intensidade e sintomas durante a crise (taquicardia, sudorese, falta de ar, dor de cabeça, rigidez muscular, tremor, dor ou desconforto no peito, tontura, medo de perder o controle, de enlouquecer, despersonalização e medo de morrer). Após a crise  há  um desgaste emocional e físico muito grande.

Alguns indivíduos enfrentam esses episódios frequentemente: diariamente ou semanalmente. Com a repetição das crises podem surgir algumas complicações  tais como: hipocondria, fobias, depressão, alcoolismo, abuso de drogas, agorafobia (indivíduo evita, ou até mesmo pára de sair com receio de ter uma crise em local onde não possa ser socorrido).

Os antidepressivos são bastante eficazes no tratamento. No início do tratamento, muitas vezes é necessário o uso concomitante de benzodiazepínicos, sempre avaliado e receitado por um especialista da área médica, nesse caso o psiquiatra.

O psicólogo cognitivo-comportamental atua no manejo das interpretações distorcidas e catastróficas, modificando pensamentos e crenças, além do treino em relaxamento e exposição aos sinais corporais temidos (suor, tremor, etc) ou a situações que induzem o pânico (dirigir, andar de ônibus, etc).

É importante perceber que ao tentar evitar o que parece uma ameaça, o indivíduo acha que está fugindo da morte, mas, na verdade está mesmo é deixando de viver.

Escrito por Alice Araujo