Idoso e a Terapia Cognitivo-Comportamental

De acordo com a OMS, a expectativa de vida dobrou. No ano de 2000, 600 milhões de pessoas tinham idade acima de 60 anos, e estima-se que em 2025 este número suba para 1.200 bilhões. No mundo em desenvolvimento, os mais velhos (acima de 80 anos) é o grupo que tem o mais rápido crescimento populacional.

A partir desse aumento do número de idosos na população geral do mundo, é inevitável pensar sobre uma vida saudável para esse grupo de pessoas. É necessário que discussões sobre ser idoso, velho, envelhecer sejam feitas para pensar nesse novo acontecimento e essa nova fase de vida, visto que idoso pode e deve viver bem, saudavelmente.

Envelhecer é um processo natural, universal, que não escolhe pessoa e nem lugar para acontecer, sendo um processo único que cada ser humano sofre. Este envelhecimento trás consigo perdas progressivas de funções físicas e mentais, implicando em transformações, aceitações e adaptações.

A TCC entende a 3ª idade através de uma perspectiva biopsicossocial, ou seja, olha o idoso pelo aspecto do envelhecimento biológico, psicológico e social. O envelhecimento biológico diz respeito ao que acontece no corpo, como: alteração da memória, do sistema imunológico, da atenção, lentificação do pensamento quando sob pressão, etc. O envelhecimento pelo aspecto psicológico é o que acontece com o emocional da pessoa, ou seja, como esta lida com o seu corpo e sua vida na velhice. Podem ser encontrados traços de desmotivação, depressão, baixa auto-estima, etc. O envelhecimento pelo aspecto social é o que acontece na relação do sujeito com o mundo, podendo resultar em isolamento (por vontade própria ou indução de outros), perda de ideais da juventude, sujeição à violência contra o idoso (familiares, instituições asilares e governo), perda de projetos existenciais. Os aspectos sociais positivos também devem ser percebidos e reforçados.

É função do Psicólogo Cognitivo-Comportamental que atua na 3ª idade, reestruturar pensamentos disfuncionais, dando mais ênfase aos pensamentos e comportamentos adaptativos; atuar juntamente com profissionais de outras áreas, fazendo um acompanhamento completo deste idoso; busca encontrar juntamente com o paciente, formas de transformar pensamentos e situações que afetam sua auto-estima e vida social em oportunidades positivas, fazendo com que ele aprenda a lidar melhor com as situações e com ele mesmo e, principalmente, que descubra objetivos pelos quais viver.

A melhoria da qualidade de vida é alcançada através da longevidade com saúde biológica e mental, satisfação com a vida, competência social, atividade e produtividade e bom desempenho cognitivo (que é o processo de aprendizagem de informações que a pessoa registra, percebe e conclui de acordo com o que aprendeu ao longo de sua história).

Viver é aprender a conviver com suas próprias limitações, sendo feliz e fazendo os outros felizes, fazendo com que sua vida tenha qualidade. Se a velhice é inevitável para quem vive, vamos aprender a viver melhor.

Escrito por Viviane Bonfim Cruz